Maringá FC

Técnico jovem e multicampeão é um dos responsáveis pelo acesso do Maringá FC

Em quatro anos como treinador, Fernando Marchiori, de 37 anos, já conquistou três títulos e um acesso 

 

Fernando Marchiori, esse é o nome que o torcedor do Maringá Futebol Clube nunca vai esquecer. Após excelente passagem pelo tricolor maringaense em 2015, quando assumiu a equipe no segundo semestre e, sem nenhuma derrota, conquistou o título da Taça FPF, o treinador deixou o time juntamente com o diretor de futebol, Paulo Regini ao final da competição. Após um 2016 para esquecer, o Maringá iniciou um novo projeto e nele estava a volta de Marchiori ao comando técnico da equipe.

Com um aproveitamento de 77,77% em sua primeira passagem, Fernando Marchiori conquistou a Taça FPF com uma campanha, em nove jogos, de seis vitórias e três empates, se tornando o único treinador no Brasil a conquistar três títulos em 2015. O bom aproveitamento não parou por aí. Em 2017 o objetivo do Maringá Futebol Clube no primeiro semestre era conseguir o acesso à elite do paranaense e na segunda metade do ano o título mais uma vez da "Copinha". Com um aproveitamento de 73,3% o técnico alcançou o primeiro objetivo com dez vitórias, três empates e duas derrotas em 15 jogos disputados.

Fernando Marchiori voltou ao Maringá após um ano da conquista da Taça FPF em 2015

Ao todo, Fernando Marchiori possui 24 jogos oficiais no comando tricolor e um aproveitamento de 75%. Com apenas duas derrotas à frente da equipe, o treinador ficou 13 jogos oficiais invictos pelo time da cidade canção. Se levarmos em conta os amistosos de pré-temporada, esse número chegou a 18 partidas.

Para falar sobre sua carreira e desse início de conquistas, o treinador concedeu uma entrevista exclusiva ao site oficial do Maringá Futebol Clube.

 

1- Fernando, primeiramente parabéns pelo acesso e por esse início de carreira de muito sucesso como treinador. Conta para nós um pouquinho sobre o início de sua carreira e como foi tomar essa decisão de abandonar os gramados como jogador e iniciar como treinador?

R:  Ainda quando jogava já me preparava pra ser treinador, anotava trabalhos, treinamentos, fiz curso de toda categoria de base durante dez meses na Espanha no período que joguei lá. Ainda na Espanha fiz estágios em alguns clubes como Desportivo La Coruña e Cadiz. A decisão de abandonar os gramados foi tomada após ficar um longo período sem receber e nessa mesma época recebi um convite do Sergio Schapiro, Avi e Odario para trabalhar em um escritório e dar inicio como treinador no Macabi (uma sociedade civil brasileira, composta de pessoas físicas, sem fins lucrativos, originária da fusão do Círculo Israelita de São Paulo e do Clube Esportivo Israelita Brasileiro Macabi). Quando assumi, tive a felicidade de ser campeão da Macabiada Australiana, campeão do interclubes de são Paulo, campeão pan-americano - torneio que a equipe brasileira não ganhava há 28 anos - e nessa competição o professor Hamilton já esteve comigo. Após essa experiência de quatro anos no Macabi, o professor Hamilton e o Sergio Papellin me indicaram como auxiliar–técnico do Luverdense – MT, para o professor Junior Rocha e o presidente Helmut e a partir daí a carreira decolou.

 

2- Você iniciou como treinador no Cuiabá em 2015, como foi sua primeira experiência já conquistando dois títulos importantes e seguidos no mesmo ano (Campeonato mato-grossense e Copa Verde em 2015)?

R: Antes de iniciar como treinador havia conseguido o acesso da serie C para serie B e fomos vice-campeão estadual do Mato Grosso com o Luverdense. Já como treinador no Cuiabá, a experiência foi maravilhosa. Iniciamos com dois títulos, sendo que o titulo da Copa Verde foi conquistado pela primeira vez na história do futebol mato-grossense e o clube ganhou o direito a disputar uma competição internacional como a  Sulamericana, depois também conseguimos o título do campeonato estadual.

 

3 - Como foi o primeiro contato que teve com o Paulo Regini e por que aceitou o desafio de comandar o Maringá FC?

R: Temos um amigo em comum, o Alexandre Luz, e essa oportunidade veio através do Alexandre que me indicou para o Paulinho. Sendo assim deu certo de iniciarmos o trabalho em 2015. Tivemos a felicidade de conquistarmos a Copa FPF de forma invicta e construímos uma grande amizade.

 

4 - Após sua saída o time acabou sendo rebaixado em 2016 e, agora, com a sua volta, mais uma vez o Maringá deu alegria à cidade e conquistou o retorno à elite do estado. Como foi esse recomeço em um projeto novo do time?

R:  Tivemos muito trabalho nessa reconstrução do Maringá Futebol Clube. Após o acerto com o Paulinho, o Sr. João e Dr. Gustavo, iniciamos os trabalhos. O clube naquele momento não tinha nenhum funcionário, nenhum atleta e nenhum patrocínio. Fizemos uma reforma no centro de treinamento, ajustamos a comissão técnica e auxiliamos na busca de patrocínios.

Tivemos a felicidade de o João Victor Mazzer entrar no projeto e foi onde praticamente tudo começou. Eu e o Paulinho cuidamos do futebol, contratamos jogadores, montarmos planejamento enfim, tudo que uma equipe precisa. O Dr Gustavo e o João Victor departamentalizaram os outros setores com profissionais capacitados e essa conquista veio para coroar todo o excelente trabalho de todos. Ficamos muito felizes, pois vimos que o trabalho em conjunto foi árduo, mas compensador.

 

5 - Qual o segredo para o Maringá ter atingido o acesso com uma excelente campanha?

R: A dedicação, profissionalismo e o empenho de todos, cada um dentro do seu setor, mas com muita luta, esforço e lealdade. Mas sem dúvida foi fundamental o empenho dos nossos atletas, que entenderam a importância desse acesso para o clube.

 

6 - Agora temos a Taça FPF pela frente que dará uma vaga à Série D do Brasileiro de 2018. Como o Maringá entrará nessa competição?

R: Será mais uma competição muito equilibrada e difícil, com grandes clubes do futebol paranaense. Estamos trabalhando e planejando da melhor forma possível para que possamos conseguir um ótimo calendário para o clube em 2018.

 

7 - O que você planeja para seu futuro como treinador, aonde quer chegar?

R:  Sempre procuramos crescer na carreira e estou muito feliz aqui. Espero seguir por muitos anos no Maringá. A diretoria sempre frisou que querem fazer comigo um plano de carreira como, por exemplo, o Tencatti no Londrina. Procuro sempre estar me aperfeiçoando, fazendo cursos, indo a palestras, conversando com colegas profissionais da área. Invisto muito em tecnologias, procuramos visitar o máximo de clubes de todas as divisões para crescermos. A busca por evolução é contínua e procuro estar sempre preparado para cada desafio que surge. Quando estou em algum clube me entrego e me dedico mil por cento para que o trabalho seja realizado da melhor maneira possível.

Marchiori foi o único técnico a conquistar três títulos em 2015 - Foto: Rodrigo Araújo